quarta-feira, 1 de abril de 2020

Mulheres

Serão compartilhados alguns dados preliminares para abrir nossa reflexão. A proposta é que, individualmente, cada pessoa pesquise mais informações acerca dos assuntos.  Abaixo será apresentado um infográfico do IBGE sobre gênero, de modo que possamos pensar sobre as condições de vida das mulheres no Brasil.

O que chamou sua atenção no quadro? A frequência e porcentagem de mulheres na educação superior? O tempo de dedicação com as tarefas domésticas? A Renda média? A representatividade política?

Certamente os dados são alarmantes e temos que dialogar sobre todos eles. Mesmo tendo um pouco mais mulheres, em porcentagem, diplomadas com mais de 25 anos, do que homens; ainda assim, elas recebem menos em médias que os homens. Além disso, certamente acumulam dupla ou tripla jornada, se somarem as tarefas domésticas. 

A representatividade é muito baixa no parlamento, pois mesmo sendo pouco mais que a metade da população brasileira, as mulheres ocupam apenas 10% do Câmara dos Deputados. Ou seja, 90% daqueles que votam, inclusive pautas de interesse das mulheres, são homens. Ademais, são também sub-representadas nos espaços gerenciais de empresas, logo, não há políticas de encarreiramento eficazes e justas. 


Observe o print ao lado. Esses comentários gordofóbicos sobre a cantora Beyoncé  revelam também a misoginia? 

A cobrança estética é igual para homens e mulheres? O que você pensa sobre isso?


Observa-se mais cobranças e padrões direcionados às mulheres do que aos homens, para os quais há mais permissividade, justificativa e  aceitação social. 

Tais cobranças são evidenciadas dentro de muitas culturas organizacionais. A aparência não se limita ao auto-cuidado e sim em um conjunto de expectativas sociais e estéticas, ligadas ao: peso, acessórios, cabelo, vestimentas, cores de unhas e maquiagem etc. 

Pense nas cinco mulheres mais importantes da sua vida. Pensou? Então, assista ao vídeo abaixo.



Triste, não é mesmo? Os números são alarmantes e precisamos estar atentos enquanto sociedade. Acolher e empoderar todas as mulheres.   Os movimentos feministas têm muito nos ensinado, auxiliado na desconstrução de uma cultura machista e misógina, na qual as mulheres são inferiorizadas, acumulam duplas ou triplas jornadas; recebem os menores salários e, ainda, como vimos, são vítimas da violência doméstica. 

Assim, é urgente que você, sendo mulher, se fortifique e seja solidária às demais; e sendo homem, some a essa causa, respeitando o lugar de fala das mulheres e desconstruindo as masculinidades tóxicas. 

Algumas palavras não entende muito bem? Veja alguns conceitos abaixo.

  • Sororidade: é a união e aliança entre mulheres, baseado na empatia e companheirismo; 
  • Misoginia: refere-se ao ódio ou aversão e desqualificação moral das mulheres; 
  • Patriarcado: é um sistema social em que homens detém o poder e predominam em funções de liderança política, autoridade moral, privilégio social e controle das propriedades; 
  • Machismo: é a supervalorização das características físicas e culturais associadas ao sexo masculino. 
  • Masculinidade tóxica: é a construção de um modelo único de masculinidade, o qual necessita todo tempo ser afirmado, não permitindo a demonstração de afeto, evidenciando potência, virilidade, força e poder. 
  • Mansplaining é um termo criado da junção das palavras em inglês man (homem) e explain (explicar). Ele é usado para descrever quando um homem tenta explicar algo para uma mulher, assumindo que ela não entenda sobre o assunto. 
  • Manterrupting é o termo criado da junção das palavras em inglês man (homem) e interrupt (interromper). Refere-se à prática sexista de interromper uma mulher quando ela está falando.
Converse com as mulheres próximas à você: mãe(s), tia(s), avó(s), amiga(s), colega(s) de trabalho e da escola. Pergunte para elas o que é ser mulher? De que jeito notam o machismo na sociedade? Será que elas percebem da mesma forma? Do mesmo modo que você? 

Para ilustrar as construções de gênero na sociedade, três instituições da América Latina elaboraram uma animação “Era uma vez outra Maria”, assista abaixo. 




O que representa o lápis na vida da Maria? Em que momentos ela pode usá-lo conforme seu desejo e escolhas?

Bem, após refletir  sobre isso, que tal conhecer o João? As construções de gênero e o machismo também têm influências nas construções da masculinidade, que quando tóxica, cria condições assimétricas de poder e violência, todas elas atravessadas por medos, ressentimentos e dores.





Para que mulheres sejam livres é preciso que os homens também sejam. Precisamos reivindicar múltiplas possibilidades de masculinidades e não um modelo tóxico. E isso vale para todas as instituições, família, poder público, igreja e empresas. O mercado de trabalho é um espaço importante no qual se reproduzem ou tensionam tais padrões. 

No universo corporativo, muitas práticas e comportamentos ainda precisam melhorar. Como vimos, mulheres ganham, em média e aproximadamente, 24% a menos que homens. 

Apesar dos avanços, a desigualdade de gênero ainda está presente. Veja um breve recorte cronológico. 

1950 | Entrada da mulher no mercado de trabalho na Europa e nos Estados Unidos devido as guerras mundiais; 
1960 | A participação feminina no mercado de trabalho no Brasil era menos de 20%; 
1990 | O aumento da escolaridade feminina e a queda da fecundidade, bem como a demanda por mão de obra  e mudanças nos padrões culturais, duplicam a participação feminina; 
2000 | 60% dos egressos de graduação é comporto por mulheres; 
2016 | Um dos 17 objetivos do desenvolvimento sustentável para o milênio é acabar com todas as formas de discriminação de mulheres e meninas; 
- Brasil ocupa a 62º posição no ranking de desigualdade de gênero do Fórum Econômico Mundial; 
- Brasil ocupa 129º lugar em participação política feminina.



Pesquisa feita com 109 empresas que trabalham diversidade pelo Instituto Ethos, divulgada pela Revista Exame. 72% avaliam as variações de remuneração por gênero na mesma função, 59% tem metas para reduzir a desproporção de gênero nos níveis gerenciais e executivo e 72% dispõem de iniciativa especifica papa promoção de equidade de gênero e tem indicadores. 

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