quarta-feira, 1 de abril de 2020

Étnico-racial

Outro tema importante para abordarmos quando falamos de Diversidade é a questão étnico-racial e as populações preta, parda e indígena. Você nota o quanto essas populações vivenciam barreiras e apagamento de suas memórias em nossa cultura? E que muitas vezes são as principais prejudicadas mediante as desigualdades estruturais de nosso país? Vamos olhar alguns números a seguir. Vamos lá?

Não sabemos se você é branco ou preto ou pardo, mas, certamente, isso vai impactar em sua vida. Veja no vídeo abaixo.



Observe o quadro abaixo. Todos estamos sujeitos a sofrer com o preconceito ou bullying, contudo, a discriminação é quando encontramos barreiras e prejuízos materiais em nossa vida. É quanto uma estrutura ou agente social reduz nossas oportunidades. O racismo, além de ser constituído pelo preconceito é um forte marcador de desigualdade e discriminação.

No quadro, segundo Suzane Jardim, o preconceito gera sofrimento psíquico e psicológico, bem como estereóticos. Todos estamos sujeitos a sofrer. Já a discriminação é um preconceito que determina ações, atitudes que se materializam nas desigualdades. 

Observe esse breve recorte cronológico:
1850 – Proibição do tráfico de negros e Lei de Terras no Brasil; 
1888 – Abolição da escravatura; 
2010 - Estatuto da Igualdade Racial 
2012 – Do total de 16 milhões de brasileiros na extrema pobreza, 65% são negros; 
2014 – Renda dos negros chega a ser 60% menor do que dos brancos; 
Cota para negros em concurso público; 
2016 – 5,3% no comando de grandes empresas; 5% no Congresso Nacional.

Vale lembrar que a história muitas vezes é cheia de esquecimentos ou construída por narrativas oficiais, logo, daqueles que à época detinham o poder. Um vídeo interessante para refletirmos, é do youtuber Spartakus Santiago. 

PORQUE ISABEL NÃO ERA FADA SENSATA?


A história muitas vezes revela um processo de supremacia branca, em que pessoas brancas detêm privilégios em toda conjuntura social, seja nos espaços de poder ou no acesso aos direitos sociais. Veja as imagens abaixo. 
O quadro possui duas imagens: a primeira com formandos de medicina da Bahia e, a segunda, um grupo de trainee aprovado no Itaú-Unibanco. Em ambas as imagens a maioria (quase a totalidade) é composta de pessoas brancas. 


E não se limita à formação e espaços de poder. Na experiência do lazer e Turismo, a discriminação também acontece.

Em uma pesquisa qualitativa em 2018, a turismóloga Tainá Santos constatou que 46,7% dos viajantes negros já vivenciaram ou sofreram situações de racimo e/ou injúria racial em viagens pelo Brasil. (Catraca Livre)¹


Por falar em supremacia branca, veja o vídeo do Quebrando Tabu com Bielo Pereira. 





Tendo em vista essa breve cronologia e a supremacia branca no Brasil, é importante que, conforme temos dito, garantirmos condições iguais de oportunidades para todos os indivíduos, segmentos sociais e populações. É mister que façamos uma reparação histórica, a qual responde a uma dívida histórica, ou seja, e repara as injustiças que as populações do passado cometeram contra determinados grupos, no caso, as pessoas afrodescendentes, pretas e pardas. Ouça o que canta Bia Ferreira. 




Bia Ferreira, embora não use o termo em sua música, trata das cotas como uma reparação histórica. Posto isso, fica a arte – música – para refletirmos juntos.

É preciso olhar também para as mudanças e avanços que o movimento de pessoas pretas e pardas tem promovido nas sociedades. Vejam algumas manchetes e transformações:


A imagem contém print de manchetes como: aumento de buscas por cabelos cacheados em relação aos lisos no google, aumento da população que de auto declara preta no Brasil e aumento de negras na publicidade. 


Composição étnico-racial nas 500 maiores empresas do Brasil 


Maturidade das empresas que trabalham diversidade em pautar a questão étnico-racial. 26% tem metas para reduzir desproporção, 28% tem ação específica para contratação de negros e 48% avaliam as variações de remunerações entre negros e brancos. 


***

Indígenas

E as populações originárias, os indígenas? Onde estão? Quais são suas lutas? A diversidade também está nesse tópico. Aliás, existem várias etnias indígenas no Brasil: guaranis, arawetés, caipós, ashaninkas, xavantes, dentre outras, cada qual com suas tradições e histórias. Muitas resistem mantendo suas heranças culturais, preservando as florestas e os recursos naturais. Veja o vídeo a seguir.


Para saber mais, pesquisar cada etnia, acesse aqui.

Você sabia que existem aldeias indígenas guaranis na cidade de São Paulo? E não é apenas uma, são algumas no noroeste e sul do município. Pesquise mais. 


Foto/matéria de jornal com indígenas guaranis
em protesto na cidade de São Paulo. 
Recentemente, em 2020, algumas delas, situadas na região do Parque Estadual do Jaraguá (noroeste de São Paulo) estão numa disputa por um território que a Construtora Tenda quer construir 11 torres de prédios residenciais numa área/zona de amortecimento de um patrimônio da biosfera, a Mata Atlântica. 

Os guaranis reivindicam que a área seja um parque para proteção da natureza e proteção do território. 

E você, o que acha?

A propósito, é importante desconstruir alguns estigmas e preconceitos associados aos povos indígenas, por exemplo, o não desenvolvimento ou que suas culturas não são processuais, históricas e transformadas. 

É preciso que não os interpretemos e julguemos com nossas lentes. Não necessariamente um indígena não absorverá as produções e saberes dos não indígenas. Isso pode acontecer e não os deixarão menos autênticos. Ademais, podem associar e congregar as novidades e mudanças externas às suas próprias culturas.

Assista ao vídeo com um comentário de um indígena sobre isso aqui.


1. https://catracalivre.com.br/cidadania/como-o-racismo-afeta-os-viajantes-negros-no-turismo/

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