quarta-feira, 1 de abril de 2020

LGBTQ+

Antes de apresentarmos alguns conceitos, que tal assistirmos ao vídeo "Medo de quê? 



O vídeo retrata uma série de construções sociais, interditos e desejos no que se refere à manifestação da sexualidade, sobretudo quanto às dissidentes. Destaca-se a importância do apoio, dos afetos e da emancipação de jovens que afirmam suas identidades e/ou performances. 

Você já deve ter escutado a sigla "LGBTQ+" ou "LGBT". Se tiver nascido antes dos anos 2000, certamente, também ouviu "GLS". Esta última foi cunhada comercialmente para designar espaços em que gays, lésbicas e simpatizantes frequentavam. Advém de uma segmentação de mercado. 

Já a sigla "LGBT" foi oficializada em 2008, a partir da conferência nacional GLBT. À época, o movimento político das sexualidades e gêneros dissidentes era conhecido como GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais). Contudo, em tal conferência, deliberou-se 
que a letra "L" passaria a iniciar a sigla, de modo a não reforçar a sobreposição masculina dentro de um movimento cujas normativas de gênero e sexualidade são desconstruídas e tensionadas. 

Nos últimos anos, novas letras têm sido inseridas ao movimento, quando novas formas de reconhecimento buscam ganhar legitimidade social. Vale destacar que um movimento social está em constante transformação e aperfeiçoamento, pois é histórico e processual. 

A sigla:

Lésbica (mulher que se interessa afetivo-sexualmente por mulheres)
Gay (homem que se interessa afetivo-sexualmente por homens)
Bissexual (Pessoa que se interessa afetivo-sexualmente por homens e mulheres)
Transgênero, travesti e transexual (quem se identifica com um gênero diferente do atribuído ao nascimento. A frente explicaremos mais.)
Queer (ao pé da letra, o termo inglês refere-se à estranho. Deu origem aos estudos pós-identitários nos EUA, entendendo sexualidade e gênero como fluídos, performáticos e não fixos)
Intersexual (Dois sexos no mesmo corpo)
Assexual (sem interesse sexual)
Pansexual (Pessoa que se interessa afetivo-sexualmente por pessoas independentemente de seu gênero e sexo)

Veja o quadro explicativo diferenciando o senso comum e a compreensão em diversos campos da ciência. 


Enquanto a racionalidade do senso comum entende sexo, gênero e sexualidade num caminho linear, a ciência têm mostrado que sexo, gênero e sexualidade são dimensões distintas dos sujeitos/indivíduos, ainda que estejam relacionadas. 

Assim, vamos observar os espectro de possibilidades dessas dimensões. 




Ficou mais claro? Mais importante que decorar todas as possibilidades de identificação, é estar aberto a aprender e conhecer toda essa diversidade, dialogando com amigos, colegas, pesquisadores e pessoas que se auto-identificam com cada um dos termos. 

Vale ponderar que o termo queer, de origem na língua inglesa, originalmente significava "estranho", "peculiar", "excêntrico". Foi usado pejorativamente contra aqueles cujos desejos e/ou relações não eram normativas, conforme as expectativas sociais. A partir do final dos anos 80, ativistas começaram resignificar o termo como uma estratégia política. Disto decorreram os estudos queers, conhecidos como pós-identitários, em outras palavras, os quais definem que vivemos performances de gênero e sexualidade, que estes não são fixos. Atualmente, queer também é um termo genérico para minorias sexuais e de gênero que não são heterossexuais ou não são cisgênero.

Aliás, você é cisgênero? 

Para responder essa pergunta, assista ao vídeo abaixo. 




Reforçando alguns conceitos:
  • Orientação Sexual: refere-se à atração afetiva e sexual;
  • Identidade de gênero: é como a pessoa se identifica a partir de um conjunto de signos e referências sociais, expressos em seu corpo e papéis: vestimentas, comportamentos e performances;
  • Heteronormatividade: é a naturalização da heterossexualidade;
  • Cisgêneros: Pessoas que se identificam com um gênero associado ao sexo biológico de nascimento;
  • Transgêneros: Pessoas que se identificam com um gênero diferente do associado ao sexo biológico de nascimento.


Veja abaixo algumas imagens ilustrativas, elaboradas pelo Portal Uma Nuvem Que Tenta (Facebook). Para acessar o portal, clique aqui.













Assista ao clipe "Elevação Mental", de Triz. 




Tal como a música nos provoca, "o ódio mata e o amor sara, de que lado você vai ficar?"  

Valorizar a diversidade = enfrentar as desigualdades, a fim de promover justiça e afirmar direitos. No campo da diversidade sexual e de gênero implica combater a homofobia, a transfobia e a misoginia.

Conforme dados levantados pela Consultoria Santo Caos, divulgados pela Central Única dos Trabalhadores de SC, G1 e Portal Planta o Plomo, há muito que se desenvolver nas culturas organizacionais no que diz respeito à inclusão e acolhimento de pessoas LGBTQ+. 
  • 41% afirmam terem sofrido discriminação por sua orientação sexual ou identidade de gênero no ambiente de trabalho. 
  • 61% dos funcionários LGBT no Brasil optam por esconder a sexualidade de colegas e gestores. 
  • 33% das empresas brasileiras não contratariam pessoas LGBT para cargos de chefia. 
  • 90%  das travestis estão se prostituindo por não terem conseguido emprego.
Note outros dados, levantados pelo Instituto Ethos e divulgados pela revista Exame com 109 empresas que trabalham a diversidade. 




Em 2013, foi instituído o Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+, o qual prevê 10 compromissos às empresas signatárias, a saber: 

1. Comprometer-se, presidência e executivos, com o respeito e com a promoção dos direitos LGBTI+ 
2. Promover igualdade de oportunidades e tratamento justo às pessoas LGBTI+ 
3. Promover ambiente respeitoso, seguro e saudável para as pessoas LGBTI+ 
4. Sensibilizar e educar para o respeito aos direitos LGBTI+ 
5. Estimular e apoiar a criação de grupos de afinidade LGBTI+ 
6. Promover o respeito aos direitos LGBTI+ na comunicação e marketing 
7. Promover o respeito aos direitos LGBTI+ no planejamento de produtos, serviços e atendimento aos clientes 
8. Promover ações de desenvolvimento profissional de pessoas do segmento LGBTI+ 
9. Promover o desenvolvimento econômico e social das pessoas LGBTI+ na cadeia de valor 
10. Promover e apoiar ações em prol dos direitos LGBTI+ na comunidade

Veja abaixo as empresas que compõem o Fórum. 




Cabe diferenciar exclusão, segregação, integração e inclusão. A exclusão é quando determinado segmento social é marginalizado e não detém direitos sociais e humanos, como o direito ao trabalho; a segregação é quando apenas algumas ocupações e lugares específicos são direcionados a esse público; a integração é quando as instituições contratam, mas não acolhem em sua cultura organizacional; e por fim, a inclusão é quando empresas se atentam às ações afirmativas para ingresso, permanência e encarreiramento. É quando todos os segmentos sociais são acolhidos, reconhecidos e desenvolvidos na cultura institucional. Observe a ilustração abaixo.




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